sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Direito a Aprendizagem, desafios da escola na atualidade.


“O direito a aprendizagem, desafios da escola na atualidade”.

                                                                                              Sara Cristina Gomes Pereira

Professora Formadora no CEFAPRO/SEDUC MT de Sinop.

Princípios e Objetivos do trabalho pedagógico:
Sabe-se que o direito a educação e o direito ao trabalho são inerentes à condição humana, mas para que estes direitos sejam assegurados precisaremos como educadores refletirmos sobre algumas questões:
Como a escola organiza o ensino e a aprendizagem dos estudantes?
Se observarmos nossas escolas perceberemos que sua organização ainda está pautada em modelos oriundos das escolas Francesas, cuja estrutura escolar e toda organização e ordenamento curricular são legitimados em valores do mérito, do sucesso, em lógicas excludentes e seletivas, em hierarquias de conhecimentos e de tempos e em cargas horarias pré-estabelecidas e fixas.
 Em nossos dias é um desafio desconstruir este ordenamento em saberes, áreas, tempos, disciplinas mais nobres, menos nobres, silenciados ao longo dos anos, presentes em alguns currículos.
Esta rigidez de tempos e espaços muitas vezes não permite que o estudante seja protagonista de sua prática pedagógica, não da a ele a alegria de desvelar, pesquisar e compreender o mundo em sua volta bem como sua participação consciente neste mundo.
Observamos assim que esta estrutura e este ordenamento linear e rígido, em alguns casos não têm garantido o direito à aprendizagem e a uma educação que envolva conhecimento, trabalho e cultura.
Considerando este aspecto é de fundamental importância pensarmos em outras formas de organizar e trabalhar os conteúdos escolares, a fim de garantir o direito dos estudantes a aprendizagem.
Este é um desafio posto a educação na atualidade.
Quando organizamos nossos currículos precisamos refletir seriamente sobre, será que os planejamentos construídos pela nossa escola são construídos a partir de um diagnóstico feito com toda a comunidade escolar?
Se sim. Como é elaborado este diagnostico, de forma individual ou com o coletivo da escola?
Esta reflexão se faz necessária por que sabemos que em alguns casos as exigências curriculares se distanciam muito das condições de garantia aos direitos de aprendizagem dos estudantes.
Principalmente se considerarmos qual é de fato o conhecimento necessário aos estudantes pertencentes aos setores populares. Lembrando sempre que trabalhamos com educação pública onde todas as crianças têm direito de aprender e poderão aprender se propiciarmos a elas diferentes possibilidades para que aprendam.
Precisamos considerar que o distanciamento dos currículos escolares do contexto de vida dos estudantes por vezes compromete a garantia do direito a educação básica, nas condições reais de sua existência.
 Assim sendo sabemos que o entrelaçamento entre o direito à educação, tendo como eixo estruturante o conhecimento, à cultura e o trabalho nos currículos nos permitira a reflexão de que o tempo na escola não será o tempo de negação aos direitos básicos a aprendizagem do ser humano e para tal é fundamental considerar os perfis de infância, de adolescência e de jovens, com os quais trabalhamos.
 É significativo considerar também que nossos currículo pressupõe, que aquilo que ensinamos coincidam com a necessidade de conhecimento de milhões de educandos, para não gerar conflitos entre o que a escola ensina e o que os estudantes necessitam saber para sua vida cotidiana.
Desta forma um bom diagnóstico antes de qualquer coisa é de fundamental importância. Surge assim a seguinte questão:
Será que com o diagnóstico que realizamos em nossas escolas conseguimos de fato observar as necessidades educativas, de nossos estudantes, para organizarmos e ou reorganizarmos  nossos planejamentos, nossa atuação e a avaliação?
Consideramos a importância de que conhecer o potencial dos estudantes, a comunidade em que estão inseridos, seus valores sua cultura, fortalecerão o planejamento educacional, e este conhecimento advém do diagnóstico que realizamos?
Reconhecemos de fato a complexidade de fatores que influenciam a aprendizagem dos estudantes?
 Por exemplo, Sabemos que a presença da família na escola é fundamental, o que estamos fazendo para atrair a família aos movimentos educacionais?
Outro fator importante é a compreensão das políticas educacionais, pois estas influenciam diretamente o planejamento do professor e consequentemente a aprendizagem dos estudantes. Assim sendo será que de fato conhecemos os conceitos envolvidos em trabalhar na organização do currículo no Ensino de Nove anos ou no Ciclo de Formação Humana? Sabemos de fato qual é a concepção que organiza o currículo nesta perspectiva? Ou apenas reproduzimos falas equivocadas, como por exemplo, “Já que não posso reprovar os alunos então não vou me desgastar tentando ensina-los, afinal os alunos não querem nada com nada”. E os direitos a aprendizagem onde ficam?
Como educadores deveremos concentrar nossa atenção no que poderemos fazer para contribuir com a aprendizagem de nossos estudantes e focarmos nossa atenção em como planejamos, como atuamos e como avaliamos esse esforço  fará com que nosso trabalho e a aprendizagem sejam significativa com isso e faremos a  diferença na aprendizagem dos estudantes, e isto nos levará a uma outra reflexão sobre:
Temos clareza sobre os principais conceitos de nossa área de atuação ao planejar, atuar e avaliar?
Segundo os documentos oficiais é importante considerar quais habilidades e ou capacidades se espera dos estudantes ao planejar um conteúdo, sabemos de antemão qual a capacidade ou habilidade que este ou aquele conteúdo desenvolverá no estudante?
Considerando que para alcançar nossos objetivos precisaremos movimentar diferentes metodologias de acordo com cada área de conhecimento.  
Como educadores sabemos que dependendo da área ou da disciplina em que atuamos precisaremos utilizar diferentes metodologias, os alunos não aprendem de forma igual e nem ao mesmo tempo não é verdade?
 Sendo assim quais as diferentes metodologias que utilizamos em nossos planejamentos?
Como organizamos o planejamento geral da escola o PPP?
Em que momento organizamos os planos de área ou de aula?
Quais são os reais objetivos e benefícios deste ou daquele conhecimento para avida do estudante?
Os estudantes são informados como articular o conhecimento da escola com sua vida cotidiana?
Conseguimos imaginar diferentes formas de ensinar e aprender? Considerando que temos alunos especiais em nossas turmas ou em nossa escola?
Desta forma e objetivando garantir o direito a aprendizagem de todos os estudantes o que discutiremos nesta formação?
Alguns exemplos:
Qual a importância de planejar para a educação integral do estudante, para sua vida para o desenvolvimento de capacidades ou habilidades.
Como reorientar a prática do planejamento a fim de que o ensino seja desenvolvido de forma cooperativa e colaborativa, superando as fragmentações do trabalho do educador.
Como fortalecer a equipe gestora principalmente o coordenador pedagógico para articular um bom planejamento e desenvolvimento pedagógico, considerando que Já existem experiências positivas de gestores que se destacam na gestão pública por desenvolverem com sua equipe reflexões sobre os aspectos que aqui consideramos ser importante.
 Sabemos também que há experiências bem sucedidas de trabalhos pedagógicos inovadores, onde os educadores são mediadores dos estudantes pesquisadores e que estes estudantes são ativos em busca de novos conhecimentos cujos desejos de novas descobertas os motivam. Estes por sua vez são sempre incentivados por seus educadores alcançando excelentes resultados em sua vida educacional e para, além disso, bons resultados em sua vida cotidiana.
Nesta maneira de ver a educação não há lugar para a passividade nem do estudante nem de seus educadores, ambos deverão ser ativos neste processo.
Esta forma de educação que considera o Direito a Aprendizagem de Todos os envolvidos cumprirá certamente o que prevê a legislação sobre os objetivos e finalidades da educação, principalmente o principal direito propiciado por uma educação de qualidade, que é de assegurar cidadania e emancipação aos estudantes.
Desta forma pretendemos com esta Jornada Formativa alcançar o principal objetivo que é promover a formação dos educadores que atuam na educação básica, com a finalidade de fortalecer a escola como lugar de múltiplas aprendizagens e a partir das contribuições dos aportes teóricos e documentos oficiais, favorecer o desenvolvimento de planejamentos pedagógicos, possibilitando assim que os direitos de aprendizagem dos estudantes sejam assegurados.
Conclusão:
Como já dizia Paulo Freire: Não é no silencio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.




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