sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Formação Humana - Leituras e apontamentos. Sara Cristina 16/12/2011

Aquele que alcança o conhecimento verdadeiro,torna-se um ser melhor em sua essência e, por isso, vive mais Feliz.
Felicidade individual e coletiva - 03 fatores importantes:
Amor ao Próximo - Liberdade - Bem comum.
A felicidade  não deve ser apenas minha, mas de todos que me cercam.
Algumas substâncias produzidas pelo nosso corpo estão relacionadas com as sensações de paz, prazer e bem estar de um indivíduo.
Como o ser humano é multi dimensional é preciso aborda-las  a partir destas dimensões. Plano Físico, Plano Psicológico, Plano Social  e Plano  econômico.
Os modelos psicológicos e de conduta que as pessoas encontram em seu meio familiar imprimem-se em sua psique, e tendem a ser repetidos durante toda a sua vida.
Uma Sociedade não pode prosperar sem certa sensação de compartilhar objetivos, de bem comum. Quando a única meta da pessoa é alcançar o melhor para si mesma, a vida torna-se entediante demais, solitária demais, pobre demais, e abre espaço para a entrada da infelicidade.
O projeto de país contido na nova forma de ser da educação, parece apontar para uma sociedade não apenas movida pelos interesses e necessidades materiais de conhecimentos imediatos ligados a esfera do trabalho, mas também fundado em valores democráticos e humanísticos, de promoção da autonomia e da cidadania plena dos indivíduos que a constituem.
Sara Cristina/Cefapro-Sinop-Mt.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Anotações de Eventos do II semestre de 2011 feitos pela professora Sara Cristina-Cefapro-Sinop-MT.

II SEMPAC Professores Formadores do Cefapro e Professores representando as escolas parceiras-2011

Apontamentos de Eventos – 2011- Sara Cristina Gomes Pereira.

Leitura importante – Livro Psicanálise Aplicada ao Ensino – LACAN.
( quanto mais eu nego mais eu reforço – o outro falando em nós é muito muito forte)

IX Colóqui Nacional de Estudos Linguisticos e Literários II Colóquio Regional de Linguistica Aplicada.

Linguagem, Ciência e Ensino: desafios globais e locais – UNEMAT
Linguistica – Dra. Christine Nicolaides

A escolha do Livro Didático de Línguas ( Linguistica Aplicada e Sociedade).
Análise do estilo, qual a autonomia do professor para a escolha do livro didático?
Autonomia coletiva? Ou individual? ( Holec-1981, Dickinson 1994)
Autonomia Política (Benson 1997)
Princípios da pedagogia Crítica:
  • autonomia técnica, positivismo.
  • autonomia Psicológica, construtivismo.
  • Autonomia sócio-cultural, Vygotisky, participação na comunidade prática, voltada para o sócio-cultural. Como posso contribuir com o meio e com a minha comunidade com esta autonomia?
  • Letramento crítico: Farirlough 1997 – acontecimento discursivo/marca linguistica.
    Primeiro princípio o conhecimento não é neutro é ideológico. A verdade não é absoluta o significado é múltiplo interferindo no desenvolvimento crítico do aprendiz.
  • A auto-regulação é desenvolvida na relação com o outro.
    Análise do Livro didático. Como?
  • Explicitação de estratégias de leitura ( autonomia individual).
    Metalinguagem relativa. ( observar)
    Letramento crítico – O livro por si só não viabiliza a autonomia sociocultural.
    Fatores a Analisar o Conteúdo temático, Transdicisplinaridade, construção da aprendizagem, temas ligados a vida contemporânea, autonomia crítica do aprendiz.
  • Segundo Roxane Rojo a Transdisciplinaridade ( apresenta-se de forma assessória), eis aí a importância do conhecimento sistêmico contextualizado.
  • Presença de temas transversais críticos e reflexivos, por meio da Formação de Professores e aprendizes críticos, eis alguns fatores que regularão a produção dos livros didáticos.
  • E-mail da professora – nicolaides@uol.com.br

Sugestão para leitura Roxane Rojo – Letramentos múltiplos inclusão...
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Dra. Olandina Della Justina
Os letramentos múltiplos e a escrita acadêmica, as inúmeras possibilidades de linguagem, ( concepção Backtiniana). Segundo Rojo 2009.

Linguistica Aplicada

Ensino de Língua e Contemporaneidade – Dr. Kleber Aparecido

Linguistica Aplicada, ensino de Línguas e Contemporaneidade, delimitando e atravessando fronteiras – Linguisticas educacionais.
Aprendizagem de Línguas -
endereço do professor – kleberaparecidodasilva@hotmail.com

O que queremos ver na escola? Quais os reflexos da sociedade em geral na escola?
O que é Linguistica Aplicada e sociedade? Quais as metas para LA na atualidade?
O que é o trabalho com LA ?
Segundo Moita Lopes...
Não é aplicação de teorias linguisticas da linguagem simplesmente- Almeida Filho – 2005.
Moita Lopes – 2006 fala do hibridismo político , não separar língua e cultura. Como ambas são ações políticas educacionais, os interessados devem ser consultados.
Por que ensinar a linguagem ( LE) em diferentes contextos?
AILLA-2010-LABE.

Metas – políticas, acadêmicas,educacionais ,cientificas...
Linguistica Aplicada – Não é tão somente aplicação de teoria Linguisticas - ( Celani,2004) – é preciso pensar no processo interdisciplinarpropiciado por este movimento. Somos seres interdisciplinares – Hilton Japiassu. Pensar e re-pensar na atualidade questões sobre o letramento digital.
Rajagopalan 2005, p. 5
Formação – Transformação de Professores de educadores.
Até que ponto sentimos a necessidade de transformação contínua? E de reconstruir as políticas de formação inicial e continuada? - Kleber Aparecido


Introdução a Análise do Discurso.
Dra. Eliane de Almeida e ( CEPEL)
Dra. Olímpia Maluf Souza ( CEPEL)

Conceito de Inter discurso. Importante pensar:
Qual o objeto de estudo?
Língua/sujeito.
Como pensar a linguagem em sala de aula?
Conhecendo o objeto podemos falar sobre ele.
Importante uma profunda Fundamentação na teoria p/ conhecer o objeto.
A linguagem enquanto objeto de estudo. Ex. Ela é inteligente mais é mulher – o operador argumentativo ( qual o imaginário coletivo sobre a mulher ?)
Quais os Discursos Pedagógicos Comuns?
Quais as ordens dos Discursos Pedagógicos?
Qual a ordem dos discurso religiosos?
O que os constitui?
Qual o efeito produzido pelo orador do discurso religioso?
Os discurso possuem uma ordem previamente marcado historicamente/socialmente.
A ordem do discurso se constitui pelo objeto. Professor/aluno.
É possível inverter ou mudar a concepção professor emissor aluno receptor, nas ações pedagógicas?
Propiciar aulas com víeis de interação através do processo de mediação?
De qual interdisciplinaridade falamos? Há muitas formas de conceber a interdisciplinaridade...
Por que a resistência muitas vezes em abrir mão das especificidades, das especialidades nas instituições e cursos superiores? Poderia ser pelo:
Perigo de não se aprofundar em cada assunto, em ficar apenas na superficialidade das temáticas.
Quais as bases teóricas que alicerçam as formações na área de linguagem atualmente.
Os significados vão se constituir no uso.
Segundo a linha da Análise do Discurso.
O discurso e o efeito de sentido e produzido quando, o enunciado se materializa no jogo discursivo e se propõe sempre uma ideologia. O sujeito é capturado pelo inconsciente, considerar o não dito como significando.
O objetivo é ler a palavra num acontecimento de linguagem.
Há sentidos não formulados em palavras sustentando oque foi dito. Eis a importância da leitura de sentidos- semiótica.
Analisar o não dito, qual a posição ideológica na fala?
A língua falha- há falhas na língua- buscar evidencia-las.
A teoria cria o Objeto – é importante a autonomia enquanto inscrição teórica.
E-mail das professoras: Eliana-Unemat tofinho@yahoo.com.br

Linguistica Aplicada tradicional no Brasil – origem 1996 Moita Lopes.
Linguistica Contemporânea – ano 2006 – Moita Lopes.
Contemporaneidade
Contexto da pós modernidade, identidades múltiplas ( Hall, 1992)
Perigo do discurso totalizante e homogeneizador. Gêneros discursivos – conteúdo, composição, estilo. Bakhtin, 1979/2003, p.261,262).


Literatura – Professora Dra. Norma Wimmer
Trabalho sobre o Simbolismo
Mocidade Morta - Gonzaga Duque.
Como se constitui a arte brasileira?
  • amontoado de raças, século XIX
    Fusão de dessemelhantes elementos será isso desvantagem para esta época?
    A ponto de buscar em França apoio para a obra.
  • O que é “mocidade morta” - incompreensão total, tudo termina sem nem ter começado.
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      Dra.Telma Gimenez ( UEL) – Londrina – Paraná.
      A formação de Professores de Línguas no Brasil: Avanços e Desafios.
    • Pimenta( 2002) integração Formação inicial e Continuada. PROFESSOR REFLEXIVO.
      Importância não só da reflexão mais principalmente da ação.
    • Virada sócio-histórica-cultural demanda inscrição teórica prática.
    • Como se cria identidade na Profissão?
      Aprendendo/ fazendo faço logo aprendo.


1 Encontro Anual de Educação – ENAED UNEMAT/SINOP
O Estado e as Políticas Educacionais: A Formação Docente e a Profissionalização Docente.

Trabalho Educação e Formação Humana nas Políticas Públicas.
Dr. Gaudêncio Frigotto (UERJ)
O que é o Brasil real?
Por que mudaram as perguntas?
Qual o rumo que nos conduz as novas perguntas?
Se ler é interpretar a realidade, será que de fato sabemos ler?
O que somos e quais nossas possibilidades?
Políticas Distributivas.
Dimensão do Estado Brasileiro.
Ex: de homem cordial ... a corrupção não invalida sua permanência em cargos públicos, por que?
Minoria prepotente, quem são?
A Realidade lida com movimento – dialética.
Pontos a serem conquistados:
1- Universalizar a educação básica de qualidade.
2-Fixar e possibilitar ao professor vínculo em uma única Instituição.
3- E. Básica de tempo Integral.
O professor necessita de tempo para planejar.
Qual a identidade do professor hoje?
Qual a tarefa que temos como educadores?
Será que é importante a educação apenas para o trabalho?
Ou educar a pessoa humana em seu contexto social para a vida?
Por que a realidade educacional não muda?
Paulo Freire sempre falou sobre a perspectiva de humanização para educação, por que isto é tão difícil?

O Papel do Estado na Formulação de Políticas para Formação e Trabalho Docente.

Dra. Ivanise Monfredin - ( UNINOVE/SP)
Análise de depoimentos de profissionais da educação do estado de São Paulo.
As consequências das políticas públicas, para a Formação de Professores.
A deserção das licenciaturas, “ será que no futuro não haverá mais professores?
Será possível não necessitar mais de professores?
Será possível que a profissão docente seja substituída por técnicos e ou monitores por exemplo?
Talvez a desvalorização profissional ou a desvalorização da educação, remeta a ideia de não haver necessidade de professores?
Não somos um país que de fato investe no professor e na profissão.
Hoje a responsabilização pelo fracasso talvez seja atribuído apenas ao professor por que?
A formação de professor é apenas um aspecto neste contexto.
Só a Formação não resolverá as questões educacionais, existem inúmeros fatores que corroboram para este anunciado fracasso, como exemplo questões salariais, disputa por recursos,interinidade,etc...
Onde tem ocorrido a formação do professor?
Qual o trabalho do professor?
A relação com o aluno como é?
A relação com o conhecimento como acontece?
Qual o enfoque do trabalho do professor? Motivar alunos? Ajuda-los a construir conhecimento?
Muitos professores não tem mais clareza real de qual seu real papel, seu trabalho, neste contexto social contemporâneo?
Para que foi instituída a escola moderna?
Para a “transmissão do conhecimento”? Para o rigor disciplinar? Se não qual seria o papel destas instituições?
Qual o real lugar do conhecimento neste contexto?
A expressão “O deserto das licenciaturas” remetem ( pesquisa feita com professores da educação básica).
Formação do professor.
Será que a lógica da bonificação conduz a eficiência, eficácia?
Em que plano está a relação professor aluno,Com as inúmeras tarefas atribuídas ao professor?
Num senário de desvalorização da educação e do professor quem de fato chega ao ensino superior e as licenciaturas?
Quais as pessoas que optarão por esta profissão?
Qual o horizonte apresentado entre as instituições privadas e públicas da educação?
Uma constatação:
Sobram vagas no setor privado, faltam nas instituições públicas, por que isto acontece?
Observando o perfil do futuro professor no Estado de São Paulo, observa-se que a maioria é formado em faculdades privadas,por que isto acontece?
Turmas terminam com o mínimo de profissionais formados possível, muitas cursos são extintos durante o percurso. Isso nos leva a refletir quais as condições destas formações?
Geralmente são estudantes trabalhadores nas licenciaturas, com contexto social deficitário, espaço restrito para a pesquisa durante a formação, assim sendo como então tem sido estas formações?
Algumas formações à distância como acontecem? Grande parte do ensino apenas teórico comprometem a qualidade.
O desafio então é formar professores para dar conta da amplitude da profissão nas atuais condições de formação inicial.
O reconhecimento destes fatos demanda não um simples conhecer (ciência), mais a transposição deste conhecimento, para formar outros seres humanos.
Os 3 pilares da profissão professor são:( conhecer, transpor e formar).
Como então resolver a problemática do desinteresse pela profissão?
O cenário das licenciaturas é preocupante, a gestão é pensada primeiro no aspecto financeiro e não pedagógico, conduzindo a complicadores na formação inicial e apontando para a necessidade de formação continuada. A grande oferta de Doutorados e Mestrados capacitam para pesquisa e não para atuação docente.
Circulo virtuoso. Substituir o ...
Rigor curricular pela flexibilidade curricular.
Formar o profissional o mais perto possível de sua prática, de seu lócus de atuação, isso é possível?
Como lidar ou equilibrar estes conceitos?
As políticas de Estado se constroem e se consolidam por embates.
Importante considerar sempre que a mídia informa, mais quem forma ou contribui para a formação intelectual de cada indivíduo é o professor.

O que então é pesquisar Políticas Públicas?
É pesquisar os sujeitos ( profissionais) em seu lócus de trabalho.
Formação Continuada quais são seus reflexos na escola?
De qual formação Continuada falamos?
Qual a condição dos professores efetivos e ou interinos?
Como se dá as políticas que fortalecem a formação e os espaços em que elas acontecem?
Qual o perfil do professor Formador de formadores?
São muitas as questões a se refletir.
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Currículo e Formação de Professores.
Dr. Antonio Joaquim Severino ( UNINOVE-SP)

Fundamentos da Educação.
Do ponto de vista da filosofia da educação.
Qual a contribuição da filosofia para com as questões da educação. Existimos por conta de nossas práticas.
Construir sentido decifrando nossas próprias práticas.
As ciências humanas atreladas à filosofia ajudam-nos a entender a educação como Formação Humana.
A educação não é apenas habilidades técnicas.
A escola deve assumir um projeto educacional, com objetivos previamente delineados.
A ação Humana deverá estar atrelada e presente na intencionalidade do PPP. Que devem ser do interesse de todos os envolvidos no processo o PPP adotado pela comunidade deve ser respeitado.
A sociedade necessita do Projeto Político Pedagógico e vice-versa.
Buscar a integração das práticas (interdisciplinaridade).
A educação nos integra com a produção e fruição da cultura- isto nos humaniza. Muitas vezes as experiências sociais nos alienam e nos oprimem.
A educação- funcionária do conhecimento.
A educação trabalha com ferramentas subjetivas e simbólicas. Cidadania crítica.
Necessidade então de investir na Formação inicial e continuada do professor.
Há grande demanda de educação qualificada, a mesma constitui-se mediadora do bem comum universal.
Não atrelando apenas ao mercado do trabalho.
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    Dr. Jaime Zitkoski – UFRGS
    Reformas curriculares de 1999 e 2001 p/ cursos de licenciaturas no Brasil.
    Predomínio da razão Instrumental na formação do professor.
    Pedagogia das Competências . A que levam?
    A pedagogia das competências e seus impactos nas licenciaturas. Quais são?
    Perspectivas para uma educação Crítico Humanizadora... como se dará?
    Olhar atentamente a Formação inicial e Continuada.
    A profissionalização do professor sob o viés da qualificação permanente.
    Premiações fomentadas pelo banco mundial. Isto resulta em que?
    As novas competências do professor com fins de atender as novas dinâmicas da sociedade.
    Ex: discurso da empregabilidade, da formação continuada, da sociedade do conhecimento, etc...
    Perfil de professor a ser formado:
    Educador é sinônimo de profissionalização.
    Educação como instrumentos do mercado.
    Há outras dimensões a serem contempladas pela educação na perspectiva de Formação Humana, antropológica, estética, etc...
    As licenciaturas precisam dar conta da:
    1 a eficiência a partir do mercado.
    2 enfase à parte prática do curso.
    3 superar a lógica disciplinar eixo do curso e programas de aprendizagem.
    4 currículo centrar-se no processo no como atingir o ensino de qualidade.
    Meritocracia – pagar melhor os “eficientes” comum em S.Paulo. Até que ponto isto é positivo?
    Atrelar Formação Continuada a meritocracia, política incoerente?
    Perspectivas a alcançar.
    Politização do professor.
    Diálogo crítico e participação de todos nos projetos de formação de professores.
    Autonomia de pensamento do educador, analise política e social do contexto.
    A não neutralidade do fazer pedagógico.
    Currículo como construção coletiva, não imposto hierarquicamente. É fundamental em Formação de Profissionais com coerência humana epistemológica e ética na formação:
    • ser humano
    • conhecimento
    • ética
      Saberes técnicos são apenas instrumentos , meios, que precisam se articular com o todo do humano. A ética e a estética devem coordenar as ações na Formação Humana.



    SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO 2011 – 06 A 09 DE NOVEMBRO

    TEMA RELAÇÕES RACIAIS E EDUCAÇÃO DEZ ANOS DE ESTUDOS E PESQUISA NA UFMT.

    Além das atividades já propostas pelo seminário, aconteceu também uma mesa com o objetivo de relatar as experiências com os Ciclos de Formação Humana em Mato Grosso, nesta ocasião várias escolas do Estado apresentaram trabalhos. As professoras Sara Cristina Gomes Pereira e Ketheley Leite Freire Rey, apresentaram o trabalho com o tema- “Projetos de Aprendizagem: Relato de Experiência com Ciclos de Formação Humana em Sinop-MT.
    As Professoras Formadoras Sara, Márcia e Ketheley apresentaram também comunicação oral com assuntos relacionados a Formação Continuada desenvolvida pelos profissionais dos Cefapros em Mato Grosso.

    II SEMPAC – Seminário de Projetos de Aprendizagem Cooperativa: Socializando Vivências,Tecidas no processo de Formação Continuada.

    O segundo SEMPAC resultou do trabalho dos pesquisadores da UNEMAT/CEFAPRO junto às 4 escolas parceiras no município de Sinop-MT.
    O trabalho pedagógico nas escolas com os Projetos de Aprendizagem suscitou o interesse tanto de estudantes quanto de educadores em produção de textos científicos, como painéis, comunicação oral e relato de Experiência. A modalidade relato de experiência, recentemente aceita pelas academias objetiva a socialização das práticas pedagógicas, desta forma no evento tivemos vários relatos de Experiências sob os eixos: Currículo e Práticas pedagógicas; Saúde e Qualidade de Vida; Educação e Tecnologia e Meio Ambiente, Diversidade, Cultura e Sociedade, e 24 Temas foram socializados durante o evento, além de comunicações orais e outros trabalhos que também passaram por um comitê cientifico de avaliação.
    Na ocasião as escolas também apresentaram várias apresentações culturais. Este seminário foi bastante relevante para demonstrar a importância da Formação Continuada para os educadores que atuam na Educação Básica, demonstrou também que a pesquisa pode acontecer em qualquer etapa da vida do estudante.
    Várias questões foram relatadas e apresentadas em forma de um vídeo, como: Como surgiu a ideia de trabalhar com os Projetos de Aprendizagem, como aconteceu a parceria entre as instituições, como foi o desenvolvimento desta formação, como foi a receptividade das gestoras do CEFAPRO a este projeto, quais os benefícios deste projeto de pesquisa para o trabalho dos professores do CEFAPRO? Em que medida os Projetos de Aprendizagem contribuíram para atuação dos Formadores? Em que momentos aconteceram os estudos e atuação dos profissionais do Cefapro neste Projeto? Como foi a atuação dos Formadores no Projeto de Pesquisa? Quais as principais contribuições deste projeto para a Formação Continuada? Quais os resultados desta parceria para os formadores? Para as escolas como foi a atuação dos profissionais da escola com os Projetos de Aprendizagem? Quais as principais dificuldades e contribuições durante as pesquisas? Como foi a escolha do tema pelos alunos? Qual a participação dos demais professores em cada pesquisa? Etc...

    Professora Sara e demais professores envolvidos no Desenvolvimento dos Projetos de Aprendizagem nas 4 escolas parceiras em Sinop-MT.
    Estas anotações serão base para estudos mais aprofundados teoricamente para aprimoramento da professora formadora Sara cristina Gomes Pereira no próximo ano.

    Sara Cristina/Cefapro-Sinop-MT. 10/12/2011

    segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

    Formação Continuada - Relato de Experiência para o Instituto Superior de Educação e Teologia.


    Relato de Experiência – Professora Formadora Sara Cristina Gomes Pereira- CEFAPRO – Sinop-MT.

    Formação Continuada e a Re-significação das Práticas Pedagógicas Possibilitadas pelo Modelo Construtivista ou Interativo Reflexivo.

    PEREIRA,Sara Cristina Gomes

    Resumo
    Este texto apresenta alguns apontamentos sobre o desenvolvimento e a implementação das ações de Formação Continuada envolvendo os profissionais do CEFAPRO no Estado de Mato Grosso e no Polo de Sinop. Relata também as atividades desenvolvidas neste Centro pelos professores formadores junto as escolas da rede pública do Estado. Apontando também o modelo de Formação Continuada atualmente desenvolvido pelos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação do Estado junto as instituições de Educação Básica.


    Ao Observarmos os movimentos relativos a Formação Continuada nas décadas de 80, 90 e na atualidade e percebendo que os diversos segmentos da sociedade manifestam insatisfação e preocupação com a qualidade da educação uma vez que a educação sofre reflexos da sociedade globalizada. Em meio a todas estas transformações e com fins de universalizar o acesso à Educação e satisfazer as necessidades de aprendizagem de todos, muitos estudos e reflexões tem sido feitos no país e em Mato Grosso. 
    Os CEFAPROS ( Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação do Estado de Mato Grosso), vinculado a Superintendência de Formação – SEDUC/MT,trabalham com o objetivo de propiciar a Formação Continuada para os profissionais da Educação na própria escola, por entender que a Formação Continuada gestada e gerida pelos próprios profissionais da educação terão mais êxito e gerarão maior participação e desejo de transformação quando o professor/educador for de fato protagonista do seu desenvolvimento profissional, tendo a possibilidade de em tempo real aliar teoria/prática, desde que lhe sejam garantidas condições de formação, atuação e reflexão, respeito o tempo e ritmo para aprofundamento teórico e metodológico. Na medida em que estuda-se esta forma de trabalho nas escolas busca-se re-significar toda a prática pedagógica. Imbernón (2006), sugere a formação permanente ou continuada como instrumento capaz de compreender, perceber e valorizar a formação como possibilidade de aliar teoria e prática, compreende também a importância da construção coletiva neste processo e aponta para o modelo “indagativo de pesquisa” com fins de viabilizar esta formação.
    Além das formações propostas pelas esferas Federal ( MEC) e Estadual (SEDUC) o foco principal das ações do CEFAPRO tem sido o fortalecimento e o desenvolvimento do Projeto “Sala do Educador” cujo principal objetivo é fortalecer a Escola como espaço formativo, objetivando o comprometimento coletivo e a construção da aprendizagem. Neste sentido, várias ações são desenvolvidas nestes Centros como: orientação, elaboração, acompanhamento e avaliação dos projetos de cada unidade escolar, orientação e formação de educadores, articulação com assessorias pedagógicas e secretarias municipais que visam a efetiva implementação do Projeto Sala do Educador e demais ações formativas quer sejam da esfera municipal, estadual ou federal.
    Considerando assim, que os projetos de Formação Continuada elaborados pelas instituições devem ser coerentes e integrar as necessidades de crescimento profissional, a melhoria da aprendizagem dos estudantes, tornando a escola uma comunidade essencialmente educativa para que os projetos não se confundam com respostas formais às exigências ou com planos de formação à margem das escolas, mas promova a re-estruturação das atividades educacionais, a Formação Continuada nesta perspectiva é entendida como qualificação contínua e não apenas como desenvolvimento de competências e habilidades fragmentadas, estanques, mutantes na corrida por cursos que propiciam apenas acumulação de pontos e ou certificações.
    Neste sentido é relevante considerar que Nóvoa (1998) destaca, diferentes tendências, bem como diferentes modelos de Formação Continuada, como o modelo Clássico ou Estruturante proposto pelas instituições de ensino desenvolvidos pelo Ministério da Educação, Universidades, Secretarias e demais instituições de ensino e o modelo Construtivista ou Interativo/Reflexivo que acontece nas próprias escolas, este último envolvendo a formação ativa-construtivista que aponta para a formação segundo a ótica da ação-reflexão-ação possibilitada pela pesquisa-ação proposta por Thiollent (1998).
    Nesta perspectiva a Formação Continuada de fato desloca-se dos espaços acadêmicos para o espaço da escola básica. Segundo Nóvoa (1998) este modelo de Formação permite a valorização do saber docente, tendo em vista que considera o contexto no qual o docente está inserido, diferenciando-se de Pacotes de Formação Padronizados. Candau (1999) corrobora com o pensamento de que a escola deve ser de fato lócus de Formação Continuada, valorização do saber docente e discente, mais que isso, argumenta que durante estes momentos de formação sejam considerados aspectos fundamentais, como os diferentes ciclos de vida profissional e ciclos de vida dos estudantes.
    Tal Formação Constitui-se ainda como difusora de conhecimento em articulação com os conhecimentos presentes na rede pública sendo capaz de por meio deste conhecimento analisar os impactos das inovações introduzidas na qualidade da rede pública e em conformidade com este pensamento Mizukami (2002) diz que a Formação Continuada será mais efetiva quando os profissionais forem investigadores pesquisadores e as pautas e ou planejamentos de estudos surgirem da necessidade deles, ou seja, da realidade de cada instituição, ou ainda de cada grupo de professores/educadores seguindo uma lógica de necessidades e interesses que podem ser da coletividade ou mesmo do interesse de cada um, construindo formas de atuação e avaliação pela própria rede de ensino.
    SEDUC
    SUPERINTENDÊNCIA DE FORMAÇÃO



    CEFAPRO
    INSTITUIÇÕES DE FORMAÇÃO INICIAL
    ASSESSORIAS PEDAGÓGICAS
    SECRETARIAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO




    ESCOLAS












    Fonte – PPDC/2011 – CEFAPRO/Sinop-MT.

    Dentre outras ações os professores formadores atuam no sentido de:
    a) diagnosticar, junto aos professores, as necessidades educativas, formativas e demandas da sua área de atuação;
    b) planejar as ações de formação, viabilizando metodologias que atendem às necessidades formativas dos professores do polo;
    c) elaborar o plano de ação por área de conhecimento;
    d) desenvolver projetos de intervenção referentes às necessidades diagnosticadas em cada campo de atuação;
    e) acompanhar e executar as ações formativas em consonância com o Projeto Pedagógico de Desenvolvimento do CEFAPRO;
    f) promover e gerenciar a auto-formação para o bom desenvolvimento de seu trabalho, atualizando-se em relação aos conhecimentos científicos e tecnológicos;
    g) avaliar juntamente com a equipe gestora o processo de formação desenvolvido pelo CEFAPRO no decorrer de cada período letivo;
    h) orientar, monitorar, acompanhar e avaliar o trabalho dos técnicos dos Laboratórios de Informática das unidades escolares;fazer avaliações determinadas pela comissão permanente de avaliação. Estas ações de Formação em conformidade com os demais projetos de pesquisa elaborados pelos Centros de Formação ou em parceria com outras instituições de educação tem sido referência em Formação Continuada para outras regiões do país, objetivando consolidar a política de formação, qualificação e atualização dos Profissionais da rede pública de ensino do Estado de Mato Grosso, ampliando e criando possibilidades novas para que os educadores possam atuar de forma a aliar teoria/prática.

    Referências Bibliográficas

    CANDAU, Vera Maria e LELIS, Isabel Alice. A relação teoria-prática na formação do educador. In: CANDAU, Vera Maria (org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis, RJ: Vozes, 3ª edição, 1990, 49-63.
    MIZUKAMI, M. G. N., et al. Escola e aprendizagem da docência: processos de investigação e formação. São Carlos: EdUFSCar, 2002.
    NÓVOA, A. (Org.). Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 1992.
    THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 4 ed. São Paulo: Cortez, 1998.

    sexta-feira, 18 de novembro de 2011

    Resumo importante - Sara Cristina- 1811-2011


    PROJETOS DE APRENDIZAGEM INTERDISCIPLINARES NA ESCOLA RE-SIGNIFICAM A PRÁTICA PEDAGÓGICA


    PEREIRA, Sara Cristina Gomes, CEFAPRO-Sinop/MT/FAPEMAT
    REY, Ketheley Leite Freire, CEFAPRO- Sinop/MT/ FAPEMAT
    WEBER, Marcia, CEFAPRO, Sinop/MT/ FAPEMAT


    O presente relato leva-nos a uma reflexão sobre a importância da Formação Continuada sob a ótica do modelo construtivista ou interativo reflexivo, modelo este que permite a atualização dos profissionais da educação básica em seu lócus de trabalho. Apresenta uma proposta de Formação Continuada com foco nos Projetos de Aprendizagem sob a égide do construtivismo proposto por Piaget, metodologia esta iniciada no Rio Grande Sul, desde 1997 e que vem se estendendo por várias regiões do Brasil. Em Mato Grosso, tem ganhado força na última década por conta das Políticas Públicas voltadas para a Formação Humana. O texto discute a possibilidade de que a atuação pedagógica seja respaldada pela pesquisa na perspectiva da pesquisa-ação proposta por Thiollent, que favorece a atuação sob a ótica da ação-reflexão-ação. Buscamos pautar-nos em autores como Candau, Fusari, Huberman, Nóvoa, Mizukami e Piaget para o apoio nas discussões sobre a importância de olharmos a Formação Continuada ancorada no Construtivismo e sob a autoria de Fagundes, Sato e Maçada para respaldar-nos nos estudos com os Projetos de Aprendizagem. Outra autora citada é Fazenda, pois ao trabalhar com Projetos de Aprendizagem na escola necessitamos compreender como se dá o trabalho escolar pelo viés da interdisciplinaridade. Apresentamos recortes de depoimentos de educadores que atualmente falam sobre este modelo de Formação Continuada bem como sua importância para a consolidação e o fortalecimento da transposição didática. Nossas reflexões apontam para a Formação Continuada, como possibilidade de participação interativa, construtiva e dinâmica dos diversos envolvidos neste processo, tendo o ambiente escolar como cenário para as ações. Ao trabalhar com os Projetos de Aprendizagem reconhecemos que a Formação Continuada gestada e gerida pelos próprios profissionais da educação terá mais êxito e gerará mais participação e desejo de transformações, quando o professor/educador for de fato o protagonista do seu desenvolvimento profissional, tendo a possibilidade de em tempo real aliar teoria/prática não necessariamente nesta ordem, desde que lhe sejam garantidas condições de formação atuação e reflexão, respeito ao seu tempo e ritmo para aprofundamento teórico e metodológico, conforme evidenciado nas falas - das coordenadoras pedagógicas, nesse caso essas falas foram de fundamental importância para constatarmos a importância desta ação educativa. Nesta perspectiva concebemos a Formação Continuada como um movimento necessário, processual, contínuo e oportuno na contextualização e re-significação das práticas pedagógicas. A participação neste Projeto de Pesquisa, nos leva a seguinte reflexão: Se temos como objetivo satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem de todos, universalizar o acesso à Educação e promover a equidade na educação, não podemos desconsiderar as reais demandas formativas dos profissionais das escolas. Dessa forma, o projeto de pesquisa interinstitucional possibilita a compreensão de que a Formação Continuada alicerçada no modelo Construtivista poderá atender as reais necessidades de formação dos educadores.

    Palavras-chave: Formação Continuada, Projeto de Aprendizagem, Práticas Pedagógicas, Interdisciplinaridade.

    quarta-feira, 16 de novembro de 2011

    Professoras do Cefapro Sara Cristina e Márcia Weber participam de Formação - Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro em Cuiabá nos dias 11 a 13 de Novembro.

    Nos dias 11 a 13 de Novembro aconteceu em Cuiabá a Formação para os técnicos da Olimpíada de Lingua Portuguesa. Na ocasião as professoras Sara e Márcia puderam receber novas orientações para a Formação a ser desenvolvida no primeiro semestre de 2012. Na ocasião a Doutora Simone de Jesus Padilha da UFMT, forneceu orientações teórico-metodológicas para o trabalho com a leitura a escrita e a produção de textos com o objetivo de preparar os professores para o trabalho com a Olimpíada de Lingua Portuguesa.
    Outra orientação importante diz respeito à concepção de Linguagem proposta pela Olimpíada tendo a Linguagem como Interação proposta por Bakhtin e Vygotsky. Varias atividades foram desenvolvidas permitindo que as formadoras se reorganizem para a Formação com os professores das escolas do Polo.
    Outras reflexões foram feitas como conceitos sobre Gênero do Discurso e Gênero Textual. Elementos pré-textuais que contribuem para o entendimento do texto. Condições de Produção Textual.
    As informações recebidas foram bem pertinentes, assim como a interação com outros colegas de Formação. 
    Outro momento especial foi ouvir as experiências dos professores finalista de Mato Grosso, este momento foi emocionante.


    Sara Cristina/Cefapro-Sinop-MT.

    Relato de Experiência no SEMIEDU 2011- Professoras Sara Cristina e Ketheley Rey-Cefapro-Sinop-MT.


    PROJETOS DE APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM CICLOS DE FORMAÇÃO HUMANA EM SINOP-MT

    PEREIRA, Sara C. Gomes - CEFAPRO-Sinop/sara.pereira@mt.gov.brSEDUC-MT
    REY, Ketheley Leite Freire - CEFAPRO-Sinop/SEDUC-MT

    Resumo
    Este texto consiste em um relato de experiência dos Projetos de Aprendizagem com o uso das Tecnologias desenvolvido na Escola Estadual Paulo Freire, em Sinop-MT, proposto pelo CEFAPRO em parceria com UNEMAT/FAPEMAT, no período de 2006/2011. Esta alternativa metodológica vem ao encontro da proposta educacional para o estado de Mato Grosso, uma vez que a organização curricular por Ciclos de Formação Humana demanda reformulações curriculares, mudanças metodológicas na forma de planejar, atuar e avaliar, dando lugar a um currículo flexível e contextualizado para com os anseios da comunidade a qual serve, permitindo que o educando também participe de sua elaboração e implementação, construindo e re-construindo um currículo para Formação Humana, com conhecimentos relacionados a vivência do aluno, às realidades regionais, culturais e cotidiana. Nessa perspectiva, a metodologia referenciada propõe formas alternativas de tornar a aprendizagem significativa no processo de construção do conhecimento. Observando resultados desta ação na escola, percebemos que o ensino por Projetos de Aprendizagem de fato possibilita a diminuição dos registros de violência, propicia o aumento do interesse dos alunos em construir sua aprendizagem, os professores sentem mais prazer em trabalhar na instituição, pois compartilham com os alunos a responsabilidade pelos resultados da construção do conhecimento. Constatamos também, um clima de companheirismo e parceria nas atividades desenvolvidas na escola. Professores e alunos são constantes pesquisadores onde um colabora com a construção do conhecimento do outro e a autonomia de ambos é preservada consolidando assim um currículo que privilegia o tempo e ritmo de cada estudante, proposta esta assegurada na concepção da escola Organizada por Ciclos de Formação Humana.
    Palavras-chave: Currículo, Ciclos, Formação Humana, Projetos.

    A Organização por Ciclos no Estado de Mato Grosso
      Embora saibamos que a Organização Escolar por Ciclos no exterior e no Brasil antecede a década de 90, no Estado de Mato Grosso isto acontece mais contundentemente com o projeto Terra (1996) e com a experimentação dos CBAs (Ciclo Básico de Alfabetização) a partir 1998 começando assim a escalada de construção de uma nova perspectiva educacional para o ensino e neste sentido com a intensificação destes estudos, os profissionais da educação empenharam-se no sentido de viabilizar as reformas educacionais tão necessárias desde o ano 1996, observando então que no ano de 1999 os estudos sobre os Ciclos no Mato Grosso, começaram a tomar forma com a elaboração do Projeto Escola Ciclada (PEC), no qual houve a participação das Assessorias Pedagógicas de todo o Estado permitindo que deste encontro em fevereiro de 2000, fosse encaminhado às escolas um documento contendo orientações gerais para o trabalho nas instituições escolares intitulado "Escola Ciclada de Mato Grosso: Novos tempos e Espaços para ensinar-aprender a sentir, ser e fazer”.
    Essa mudança no modo de conceber a educação pública em Mato Grosso modifica não só a organização curricular, mas a concepção de educação em sua totalidade, pois a escola constituída sob princípios do conhecimento (seriado) gradativamente passa a dar lugar a uma escola orientada pelos princípios da sociabilidade (Escola Organizada por Ciclos). Sendo assim a organização por Ciclos passa a ser vista como possibilidade de superar a fragmentação curricular do modelo de escola seriada com o objetivo de valorizar o trabalho coletivo e os processos interdisciplinares de aprendizagem, bem como o fortalecimento humano de todos os envolvidos neste processo.
    Com esta nova organização escolar acredita-se ter a possibilidade de avançar de uma escola com longa e cruel história de fracasso e exclusão supostamente neutra, que presta serviços a alguns para uma escola que se compromete politicamente com todas as classes e camadas sociais, tornando-se bem sucedida e de natureza inclusiva conforme abaixo delineado:
    De uma escola acomodada que aceita com naturalidade a deserção a não aprendizagem significativa para uma escola que cria alternativas para garantir a permanência e a aprendizagem significativa...
    De uma escola que avalia para classificar, enquadrar, rotular, reter, para uma escola em que a avaliação é entendida como parte do processo de aprendizagem, e constitui-se recurso de ensino aprendizagem...
    De uma escola cujo conhecimento é trabalhado de forma compartimentada, fragmentada, para uma com atuação interdisciplinar...
    De uma escola que considera apenas o sujeito cognitivo para uma que considera o sujeito sócio-histórico em sua plenitude...
    De uma escola que espera aprender para fazer, para uma escola em que se aprende fazendo (MATO GROSSO, 2000, p.20)
    É neste sentido que o empenho das escolas Estaduais de Mato Grosso desde 1996 com apenas 22 escolas Organizadas por Ciclos alcançaram sua plenitude em 2010 tendo todas as Escolas do Estado de Mato Grosso inseridas nesta Forma de Organização Escolar.

    Refletindo sobre os Ciclos de Formação Humana
    Segundo o Dicionário Aurélio, Ciclos correspondem a “...Uma série de fenômenos que se repetem numa ordem determinada”. Neste sentido a palavra “Ciclos nos remete algumas vezes a ideia de naturalismo ou a processos que naturalmente se completam, etapas que se cumprem, círculos que se fecham”. Ao voltarmos nossa atenção para a Organização Escolar por Ciclos de Formação Humana nos vem à mente então algumas questões como: A qual Ciclo nos referimos? Ciclos de que? Ciclos de aprendizagem? Ciclos de vida?
    Para Perrenoud (2004) “Um ciclo de aprendizagem é um ciclo de estudos no qual não há reprovação”. Neste sentido, surge a seguinte questão: Será que esta “Organização Curricular”, objetiva apenas a não reprovação e ou retenção dos alunos, se assim fosse, como ficaria o compromisso do professor/educador com a aprendizagem dos alunos? Será que este compromisso está ligado unicamente à forma de organização curricular? Neste sentido a questão levantada é: será que apenas mudando a forma de Organização Curricular perde-se o compromisso do profissional com a aprendizagem dos alunos? Sabemos que não.
    Porém um olhar mais atento a esta forma de Organização Curricular, apontam outras finalidades para a mudança neste sentido Freitas (2003) fundamentando-se no educador russo do século XX Pistrak, autor citado por Krug (2001) relembra-nos que a Organização por Ciclos viabiliza o respeito ao desenvolvimento humano possibilitando também o desenvolvimento social de formação do indivíduo.
    Sendo assim a Organização por Ciclos não será meramente uma solução pedagógica para sanar problemas de ordem estrutural, mas uma Organização Curricular que possibilita o desenvolvimento de novas relações sociais, onde os tempos e os espaços escolares são colocados a serviço de novas relações de poder entre estudantes e professores.
    Desta forma, a escola pública constituída com fins e princípios ligados apenas a aquisição de conhecimento de conteúdos descontextualizados e fragmentados distante da realidade sócio-cultural e histórica do aprendiz passa a dar lugar a uma Organização Escolar com princípios orientados pelo respeito ao ser humano e as relações sociais solidárias.
    A escola passa a ter um currículo interdisciplinar. Ao adotar a interdisciplinaridade curricular não significará o abandono das disciplinas, mas a articulação entre elas com o propósito de articular mundo real e hipotético interação social, cultural e natural, com fins de que a aprendizagem possibilite ao educando se integrar a sociedade de modo ativo interagindo e interferindo sobre ela. Isso se confirma com as palavras de Fazenda (1993) quando diz que a interdisciplinaridade depende basicamente de uma mudança de atitude perante o problema do conhecimento, da substituição de uma concepção fragmentária do ser humano. Sendo assim, o Currículo interdisciplinar não se prende mais no “que” se transmite, mas no “como” se constrói o conhecimento.
    Outra questão relevante, diz respeito à necessidade de se lançarem novos olhares em relação ao papel da avaliação na Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana. Certamente não será mais o de classificar, excluir, medir etc, mas sim o de oferecer pistas para professores e estudantes re-alinharem os trabalhos na escola. No caso especifico da avaliação feita pelo professor deverá estar centrada na aprendizagem, no que o aluno consegue construir em termos de aprendizagem significativa bem como no re-planejamento dos objetivos e atividades pedagógicas, considerando a avaliação como processo desconstruindo a dicotomia metodologia-avaliação e favorecendo as relações entre alunos/alunos e entre esses e os professores, neste sentido uma avaliação diagnóstica, processual e formativa alcançarão os resultados esperados segundo Pereira (2009).

    Escola Organizada Por Ciclos de Formação Humana e o Trabalho com Projetos de Aprendizagem em Sinop - Uma Experiência de sucesso
    A Escola Estadual Paulo Freire no município de Sinop-MT, foi fundada com as modalidades de Ensino Fundamental e Médio, teve a princípio sua organização por ciclos acontecendo de forma gradativa desde 2003, sendo o primeiro ciclo completo e a “1ª fase do II ciclo”, com as demais turmas na organização por séries, organização um tanto complicada na época, pois trabalhar as duas modalidades ao mesmo tempo, demandava domínio de metodologias, planejamentos e avaliações bem diversos e até certo ponto contraditórios. Porém aos poucos os professores bem como os pais foram compreendendo como se dava a nova organização escolar por ciclos compreendendo através de várias reuniões e estudos no decorrer do processo à possibilidade de que aquela comunidade escolar tivesse certo grau de segurança em se desprender totalmente das séries e aderir aos ciclos.
    No interim a escola lidava com altos índices de violência, apatia e desinteresse por parte dos alunos. A sala da direção e coordenação era lugar de se registrar inúmeras advertências e a desarmonia era notória. Professores e demais profissionais quando designados para trabalhar nesta escola ficavam inseguros tentavam de todas as formas outra escola para trabalhar, vários rótulos eram dados a esta escola lamentavelmente, percebendo então que mudanças metodológicas eram necessárias foram sendo feitos ajustes e com esta finalidade nos anos 2004 e 2005 o trabalho dos profissionais nesta instituição voltou-se para os projetos de Ensino, porém o desinteresse e a apatia dos alunos ainda permaneciam.
    Então em 2006 o CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização de Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso) em pareceria com a UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso) e financiado pela FAPEMAT (Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso) apresentaram um proposta metodológica diferenciada, que a essa altura já tinha sua organização com os dois primeiros ciclos completos. A proposta era trabalhar “Projetos de Aprendizagem com o uso das Tecnologias”, baseada nas experiências realizadas por FAGUNDES E MAÇADA (1999) no Rio Grande do Sul.
    A escolha da escola como laboratório de pesquisa pelo TICPROJ (Formação Continuada de Professores para a Integração das tecnologias da Informação e da Comunicação aliada à Metodologia de Projetos) se deu justamente por ser uma das escolas do município que já trabalhavam com “Ciclos” e também possuir laboratório de informática, bem como um cronograma de estudos previstos para o “Projeto Sala de Professor”. Então, foram viabilizados os fóruns, ou seja, reuniões para planejamento e estudo, à medida que as dúvidas dos professores pesquisadores iam surgindo.
    Os estudos contemplavam assuntos diversos desde a Historicidade e Implementação dos Ciclos no Estado de Mato Grosso até a utilização das Tecnologias como recurso e auxilio pedagógico. Tal metodologia constituía-se em um grande desafio, pois todos os envolvidos no processo precisavam compreender principalmente o que eram Projetos de Aprendizagem Interdisciplinar?
    Para isso, todos os segmentos escolares envolvidos tiveram que se reorganizar, então coube a Equipe Técnica da escola (re) alinhar registros, providenciando novos instrumentos pedagógicos e avaliativos com o fim de acompanhar a aprendizagem de cada aluno. Para tal, diversos instrumentos foram sendo re-elaborados, instrumentos estes já propostos pela Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana. Outra equipe escolar chamada a se reorganizar foi à equipe de apoio, pois em uma escola que trabalha por Projetos de Aprendizagem os tempos e a organização escolar mudam, com esta finalidade estes profissionais passaram a organizar a escola de maneira que os trabalhos fluíssem nas mais diversas dependências sem que com isso a escola se tornasse um caos.
    Quanto à equipe Pedagógica coube dentre outras atividades a organização das reuniões em Sala de Professor, acompanhar todos os registros tanto de professores quanto de alunos à medida que as pesquisas iam acontecendo agendar e receber colaboradores, palestrantes, bem como organizar materiais adequados. Sendo assim as pesquisas, oficinas e palestras aconteciam no decorrer de todo o ano letivo. Reestruturar a documentação pedagógica a fim de que a identidade da escola estivesse legalmente documentada e neste sentido reformular o Projeto Político Pedagógico da escola, o Projeto Sala de Professor, dentre outros registros para que de fato se harmonizassem com esta nova organização escolar.
    A equipe Gestora coube dentre outras atividades, a de acompanhar todo o processo e assegurar que a qualidade do Ensino fosse preservada, bem como articular tais ações junto a todas as esferas da comunidade escolar com a finalidade de beneficiá-la tanto com o desenvolvimento bem como com os resultados das pesquisas. Nesta forma de trabalho a autonomia tanto do professor quanto do aluno é fundamental, bem como a valorização dos conhecimentos prévios de ambos.
    O inicio do trabalho então se deu a partir de uma pesquisa sócio-antropológica com a comunidade escolar com a finalidade de identificar os interesses daquela comunidade que por sua vez apontavam para quatro eixos de pesquisa como: Cultura, Saúde, Meio-Ambiente e Tecnologia. Com os eixos em mente foram sendo alinhados os interesses de cada turma a um assunto a ser pesquisado que serviria como ponto de referência para o planejamento Interdisciplinar de acordo com cada Ciclo e fase escolar é importante observar que os conteúdos regulares propostos para cada Ciclo estavam contemplados nos planejamentos, porém sem uma linearidade, pois tais conteúdos seriam desenvolvidos à medida que os projetos se desenvolvessem. Sendo assim alunos de 06 (seis) anos de idade em seu primeiro ano escolar já se constituíam pesquisadores e isto acontecia com os demais alunos até o Ensino Médio.

    Considerações finais
    A Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana prevê o trabalho com Projetos é tornando o estudante protagonista da ação educativa, ou seja, o aluno pesquisador e tendo em vista que as pesquisas partem do interesse da maioria deles os mesmos se empenham em buscar seu crescimento intelectual e social.
    Resultados obtidos na escola os registros de violência e desinteresse por parte dos alunos diminuíram consideravelmente, os professores atualmente sentem prazer em trabalhar nesta instituição, pois compartilham com os alunos a responsabilidade pelos resultados da construção do conhecimento dos mesmos, existe também um clima de companheirismo e parceria nas atividades desenvolvidas na escola. Professores e alunos são constantes pesquisadores um colabora com a construção do conhecimento do outro e a autonomia de ambos é preservada. Mudanças no aspecto físico da escola são notórias agora a escola permanece mais limpa e organizada, pois os próprios alunos contribuem para isto.
    Percebemos então que a Organização da Escola Por Ciclos de Formação Humana tanto na Teoria quanto na Prática constitui-se uma construção possível.

    Referências Bibliográficas:
    BRASIL, Secretaria de Ensino fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais, Brasília: MEC, 1997 pg. 126
    FAGUNDES, L.C., SATO, L.S. & MAÇADA, D. L. Aprendizes do futuro: as inovações começaram. Coleção Informatica para a mudança na Educação. ProInfo-MEC, 1999. Disponível em: <http://mathematikos.psico.ufrgs.br/textos.html>. Acesso em 05 Dez. 2006.
    FAZENDA, I. C. A. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro, São Paulo. Edições Loyola, 1979.
    FREITAS, L. C. Ciclos, seriação e avaliação. São Paulo: Editora Moderna, 2003
    KRUG, A. Ciclos de formação: uma proposta transformadora. Porto Alegre: Mediação, 2001.
    ______________ Ciclos de Formação: Desafios da Teoria pedagógica para as praticas escolares, 2002.
    MATO GROSSO, Secretaria de Estado de Educação. Escola Ciclada de Mato Grosso: Novos tempos e espaços para ensinar – aprender a sentir, ser e fazer. Cuiabá: Seduc. 2001.
    PERRENOUD, P. Os ciclos de aprendizagem: um caminho para combater o fracasso escolar. Porto alegre: Artmed,2004.